Se tornou chavão dizer que
sem educação não há futuro. Garantir educação de qualidade é extremamente
importante, mas também é necessário que haja pessoas dispostas a seguir a
carreira docente. Afinal, um bom aluno depende em grande parte de um bom
professor. O problema é que o número desses profissionais pode não ser
suficiente.
Na Universidade Estadual de
Londrina (UEL) o número de vagas remanescentes, ou seja, as que não foram
preenchidas depois de todas as chamadas do vestibular, foi em sua maioria de
cursos de licenciatura, destinados a formar professores, não só para os
primeiros anos do Ensino Fundamental, mas também do Ensino Médio.
De acordo com um edital da Coordenadoria
de Processos Seletivos (Cops), dos 17 cursos que não completaram vagas, 10 são
licenciaturas, ou seja, 58,8%. No total, 399 vagas não preenchidas pelo
vestibular e foram repassadas para quem fez o Enem e portadores de diploma de curso superior.
Letras, Física, Química e
Matemática, entre outros, estão sofrendo com a sobra de vagas, mas o curso de
Pedagogia, considerado a base, tem a situação mais alarmante. Das 80 vagas
ofertadas no período noturno, 41 não foram preenchidas. No período matutino, sobraram
39 vagas, das também 80 ofertadas.
A coordenadora do
colegiado do curso, Maria Luiza Macedo Abbud, explica que entre os motivos para
a baixa procura estão as condições de trabalho e os baixos salários. "O
salário do professor para 40 horas de serviço é R$ 1,4 mil. Só que 40 horas em
sala de aula significam mais 40 horas fora de sala para preparação de aula e
correção de provas. E isso é uma questão de opção política, enquanto se acha
que pode pagar R$ 1,4 mil por 40 horas, não se quer mesmo ter professores",
destaca ela. (FOLHA DE LONDRINA)
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