quinta-feira, 19 de abril de 2012

Baixos salários e más condições de trabalho têm afugentado alunos dos cursos de licenciatura

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Se tornou chavão dizer que sem educação não há futuro. Garantir educação de qualidade é extremamente importante, mas também é necessário que haja pessoas dispostas a seguir a carreira docente. Afinal, um bom aluno depende em grande parte de um bom professor. O problema é que o número desses profissionais pode não ser suficiente.
Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) o número de vagas remanescentes, ou seja, as que não foram preenchidas depois de todas as chamadas do vestibular, foi em sua maioria de cursos de licenciatura, destinados a formar professores, não só para os primeiros anos do Ensino Fundamental, mas também do Ensino Médio.
De acordo com um edital da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops), dos 17 cursos que não completaram vagas, 10 são licenciaturas, ou seja, 58,8%. No total, 399 vagas não preenchidas pelo vestibular e foram repassadas para quem fez o Enem e portadores de diploma de curso superior.
Letras, Física, Química e Matemática, entre outros, estão sofrendo com a sobra de vagas, mas o curso de Pedagogia, considerado a base, tem a situação mais alarmante. Das 80 vagas ofertadas no período noturno, 41 não foram preenchidas. No período matutino, sobraram 39 vagas, das também 80 ofertadas.
A coordenadora do colegiado do curso, Maria Luiza Macedo Abbud, explica que entre os motivos para a baixa procura estão as condições de trabalho e os baixos salários. "O salário do professor para 40 horas de serviço é R$ 1,4 mil. Só que 40 horas em sala de aula significam mais 40 horas fora de sala para preparação de aula e correção de provas. E isso é uma questão de opção política, enquanto se acha que pode pagar R$ 1,4 mil por 40 horas, não se quer mesmo ter professores", destaca ela. (FOLHA DE LONDRINA)

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